Cine Belas Artes encerra parceria com Reag Investimentos e lança campanha para buscar novo patrocinador
Reag Belas Artes Reprodução/Google O Cine Belas Artes, um dos cinemas de rua mais tradicionais de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (28) o fim da parceri...
Reag Belas Artes Reprodução/Google O Cine Belas Artes, um dos cinemas de rua mais tradicionais de São Paulo, anunciou nesta sexta-feira (28) o fim da parceria com a Reag Investimentos e iniciou uma campanha para encontrar um novo patrocinador. O patrocínio com a Reag ocorreu em janeiro de 2024, quando o cinema também estava sob ameaça de fechar (veja mais abaixo), e previa durar cinco anos, com possibilidade de extensão. Em nota, o Belas Artes Grupo disse que a rescisão foi amigável e definida em comum acordo em razão de mudanças de mercado e do novo momento da plataforma de negócios. "O apoio da Reag foi fundamental e somos gratos por esse período de colaboração. Nossos caminhos divergiram e a intenção agora é iniciar uma nova fase: reafirmando sempre que as marcas podem impulsionar a cultura de maneira ativa - com um olho na preservação do patrimônio e o outro na construção de um futuro mais rico, vibrante e criativo. Isso é demonstrar compromisso com o desenvolvimento da sociedade e com a ampliação do acesso à arte e à cultura”, afirmou André Sturm, presidente do Belas Artes Grupo e curador do Cine Belas Artes, em nota divulgada ao g1. Veja os vídeos que estão em alta no g1 A Reag Investimentos é uma das empresas investigadas pela megaoperação batizada de Carbono Oculto, considerada a maior ação contra o crime organizado deflagrada em agosto deste ano (leia mais abaixo). Com o término da parceria, empresas interessadas devem contatar a gestão para envio de propostas através do email contato@belasartesgrupo.com.br. O apoio prevê uma parceria com duração de cinco anos, com possibilidade de extensão, para a manutenção e a revitalização do espaço que há quase 60 anos se dedica ao cinema. O Cine Belas Artes foi inaugurado em julho de 1967, tendo “Os Russos Estão Chegando” como filme de abertura, programado pela Sociedade Amigos da Cinemateca. Em 1980, o espaço ganhou a divisão de seis salas, existentes até hoje. Em função da curadoria caprichada, que oferece filmes das mais diversas épocas e cinematografias, e mantendo alguns deles por longo período em cartaz, para que encontrem seu público, o Cine Belas Artes se tornou um dos mais importantes pontos de encontro intelectual e artístico da cidade de São Paulo. A cada mês, em média, 30 mil pessoas circulam pelo espaço. Crises sucessivas Cine Belas Artes foi reinaugurado em 2014 após três anos fechado Letícia Godoy/Divulgação As crises financeiras já ameaçaram o espaço algumas vezes. Em 2011, ele chegou a fechar por três anos até que, em 2014, prefeitura e Caixa Econômica Federal viabilizaram a reabertura. Em 2019, passou por outro período de incertezas, até que conseguiu o novo patrocínio, do Grupo Petrópolis. Esta parceria vai chegar ao fim em dezembro deste ano. A cervejaria entrou com pedido de recuperação judicial e avisou a direção do Belas Artes que encerraria o patrocínio a partir de 2023. Investigação em megaoperação Entre as empresas investigadas pela megaoperação batizada de Carbono Oculto, considerada a maior operação contra o crime organizado e que foi deflagrada em agosto deste ano, está a Reag Investimentos, com ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores da capital paulista. Em seu site, a Reag se define como a maior gestora independente do Brasil (sem ligação com bancos), com R$ 299 bilhões sob gestão. Em nota, a Reag Investimentos diz que "colabora integralmente com as autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto", ressaltando que "agiu de forma regular e diligente" em relação aos "Fundos de Investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço" e nega "qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes" (leia a nota na íntegra mais abaixo). A megaoperação teve o objetivo de desarticular o esquema criminoso bilionário no setor de combustíveis. As autoridades levaram em conta a cooperação das polícias dos estados e a amplitude da megaoperação. A força-tarefa nacional contou com cerca de 1.400 agentes, que cumpriram mandados de busca, apreensão e prisão em em São Paulo, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Leia a seguir, na íntegra, a nota da Reag Investimentos: "A Reag Investimentos S.A. informa que colabora integralmente com as autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto e permanece confiante no regular funcionamento das instituições e da justiça, com a certeza de que todos os fatos serão devidamente esclarecidos. Sobre os fatos objeto de apuração, esclarece que diversos Fundos de Investimentos mencionados na Operação nunca estiveram sob sua administração ou gestão. Quanto aos Fundos de Investimento apurados em que a empresa atuou como prestadora de serviço, informa que agiu de forma regular e diligente. Cumpre registrar que tais fundos foram, há meses, objeto de renúncia ou liquidação. Reforça, ainda, que não possui nem nunca possuiu qualquer envolvimento com as atividades econômicas ou empresariais conduzidas por esses clientes. A Reag permanece em atuação com seu rigor técnico, ética e transparência, em estrita conformidade com as normas e exigências da lei e dos reguladores do sistema financeiro."