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Bebê recebe transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras no RS; saiba como funciona procedimento

Transplante inédito no RS Pela primeira vez no Rio Grande do Sul, um bebê recebeu um transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras. O procediment...

Bebê recebe transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras no RS; saiba como funciona procedimento
Bebê recebe transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras no RS; saiba como funciona procedimento (Foto: Reprodução)

Transplante inédito no RS Pela primeira vez no Rio Grande do Sul, um bebê recebeu um transplante de membrana amniótica para tratar queimaduras. O procedimento, agora disponível pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi realizado no Hospital de Pronto Socorro (HPS) de Porto Alegre. Bento, de um ano e cinco meses, sofreu queimaduras em 8% do corpo após puxar uma frigideira com óleo quente em casa. A mãe, Taís Dias da Costa, relatou que o acidente aconteceu em poucos segundos. 📲 Acesse o canal do g1 RS no WhatsApp 🔍 A membrana amniótica é um tecido que reveste a placenta e protege o bebê durante a gestação. Possui propriedades anti-inflamatórias, antimicrobianas e cicatrizantes, funcionando como uma barreira contra bactérias e agentes infecciosos. Quando aplicada sobre a área queimada, acelera a cicatrização e reduz a dor. Para a família, o transplante representa esperança. “Muito feliz e grata pela oportunidade dele ter recebido esse novo tratamento”, afirmou a mãe. De acordo com os médicos, o transplante deve ser feito até 48 horas após o acidente para reduzir riscos de infecção. A membrana amniótica, que reveste a placenta, é aplicada diretamente sobre a área afetada e funciona como um curativo biológico temporário. “A gente faz a limpeza da área queimada e coloca a membrana como curativo”, explicou Carla Genini Sulzbach, cirurgiã plástica do HPS. “Antes, uma das alternativas seria usar curativos especiais, que tendem a ser mais caros. Outra opção era pele de doadores cadáveres, mas a membrana amniótica tem efeito mais benéfico na cicatrização e no alívio da dor", afirma Tiago Fontana, enfermeiro e coordenador da UCE Pediátrica do HPS. O transplante já era utilizado no Brasil em casos específicos, mas foi incorporado ao SUS neste ano. A decisão foi tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), após estudos que comprovaram a eficácia da técnica na redução da dor e aceleração da cicatrização. A aprovação permite que hospitais públicos em todo o país utilizem a membrana amniótica em pacientes queimados sem custo adicional. Antes descartado, o tecido agora pode ser coletado durante o parto e armazenado em banco de tecidos. “É um momento de felicidade, que é o nascimento de uma criança, diferente da doação de pele de cadáver, que ocorre na perda de um ente querido”, disse Renato Rodrigues, chefe do serviço de cirurgia plástica e queimados do HPS. No estado, a Santa Casa e o Hospital Cristo Redentor já realizaram o procedimento em adultos. O curativo permanece por até 14 dias, reduz trocas e representa um avanço importante no cuidado com pacientes queimados. Desde outubro, cerca de 15 membranas foram coletadas pela Santa Casa, responsável pela captação, e sete pacientes receberam o tratamento. De acordo com o diretor do Banco de Pele da Santa Casa, Eduardo Chem, a membrana é limpa, armazenada e doada sempre via SUS. A membrana é retirada durante o parto, com autorização da gestante, e enviada para bancos de tecidos, onde é processada e armazenada. Menino de um ano e cinco meses recebeu transplante Reprodução/RBS TV VÍDEOS: Tudo sobre o RS