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COP30 entra na última semana de negociações com novos protestos e repercussão de fala polêmica de primeiro-ministro alemão

COP30 entra em semana decisiva; fala de chanceler alemão sobre Belém repercute A Conferência do Clima, em Belém, entrou nesta segunda-feira (17) na última ...

COP30 entra na última semana de negociações com novos protestos e repercussão de fala polêmica de primeiro-ministro alemão
COP30 entra na última semana de negociações com novos protestos e repercussão de fala polêmica de primeiro-ministro alemão (Foto: Reprodução)

COP30 entra em semana decisiva; fala de chanceler alemão sobre Belém repercute A Conferência do Clima, em Belém, entrou nesta segunda-feira (17) na última e decisiva semana de negociações. Ministros de Estado dos países que estão na COP voltaram nesta segunda-feira (17) a Belém. Encontraram protestos. Enquanto os trabalhos recomeçavam no Pavilhão Azul, milhares de indígenas caminhavam por Belém. Eles pedem mais participação nas decisões da COP, demarcações de terra como forma de preservação de florestas brasileiras e ações contra a violência. No domingo (16), um indígena Guarani Kaiowá foi assassinado em uma área disputada com garimpeiros e fazendeiros em Mato Grosso do Sul. Dentro da Zona Azul, o protesto foi dos cientistas. Eles leram um manifesto, onde pedem aos chefes de delegações que entreguem um roteiro claro para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis e proteger as florestas tropicais. Carlos Nobre, um dos mais importantes cientistas brasileiros do clima, entregou o manifesto ao vice-presidente Geraldo Alckmin. COP30 entra na última semana de negociações com novos protestos e repercussão de fala polêmica de primeiro-ministro alemão Jornal Nacional/ Reprodução Esses movimentos e protestos desta segunda-feira (17) não são à toa. Chegamos na segunda e última semana da COP com uma mudança de dinâmica. Os ministros dos países participantes estão de volta. Depois dos trabalhos mais técnicos da semana passada, eles chegam para tomar as decisões políticas e tentar fechar um texto final. “Agora chega o pessoal da política e esse pessoal da política chega mesmo para decidir. Então, eles vão pegar aquilo que a burocracia não encaminhou e vão dizer: ‘Olha, isso daqui eu tenho uma determinação e vou destravar essa negociação para que a COP realmente entregue os pontos mais necessários’. A decisão é política, agora os ministros vêm aqui realmente para encaminhar o que não foi encaminhado antes”, explica Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima. Primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz Jornal Nacional/ Reprodução E as discussões políticas do dia ganharam uma polêmica sobre um discurso do primeiro-ministro alemão, Friedrich Merz. Na semana passada, depois de voltar de Belém para a Alemanha, Merz falava a empresários. Ele exaltava as belezas da Alemanha, quando contou uma conversa que teve com jornalistas alemães que estavam no Brasil e disse que todos ficaram felizes de “deixar aquele lugar”: “Vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Na semana passada, perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil: ‘Quem de vocês gostaria de ficar aqui?’. Ninguém levantou a mão. Todos ficaram felizes por termos voltado a Alemanha na noite de sexta para sábado, principalmente por termos saído daquele lugar onde estávamos”. O governo brasileiro e a direção da COP não se manifestaram sobre o assunto. O prefeito de Belém, Igor Normando, e o governador do Pará, Hélder Barbalho, do MDB, disseram que a fala de Merz foi infeliz, arrogante e preconceituosa. Empresas que fazem parte do Pacto Global da ONU também se reuniram em evento paralelo à COP. Ao aderirem ao pacto, as empresas se comprometem com metas, como neutralizar as emissões de carbono. O Papa Leão XIV enviou uma mensagem às igrejas reunidas na COP30 e pediu agilidade no combate às mudanças climáticas: “Uma em cada três pessoas vive em grande vulnerabilidade em consequência dessas mudanças climáticas. Ainda há tempo para manter o aumento da temperatura global abaixo de 1,5ºC, mas a janela está se fechando”. No fim da tarde, o Ministério dos Povos Indígenas anunciou portarias para a criação de dez novas terras indígenas - no Amazonas, Bahia, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná e São Paulo. A semana começou com uma certa urgência de chegar a consensos. A COP, em teoria, termina na sexta-feira (21). Teoria porque é comum que haja impasses e o trabalho seja estendido. O que a presidência brasileira quer evitar. A COP, todos os dias, tem horário para começar e acabar. Nesta segunda-feira (17), não. "O secretariado vai ter que trabalhar a noite toda para preparar os documentos. Eles disseram que vale a pena trabalhar muitas horas e que podem tentar fazer isso. Trabalhar a noite toda e tentar terminar até quarta-feira", diz André Corrêa do Lago, presidente da COP30. LEIA TAMBÉM TERMÔMETRO DA COP30 #DIA 8: a semana decisiva em Belém, a ausência que chamou atenção e as decisões de capa Cientistas alertam que COP30 tem apenas cinco dias para entregar 'roteiro claro' para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis