Como flor que nasce no deserto mais seco do mundo pode ajudar agricultura a resistir à seca
Flores no deserto mais seco do mundo viram pesquisa para resiliência contra estiagem Pesquisadores do Chile estão estudando uma planta que floresce no deserto...

Flores no deserto mais seco do mundo viram pesquisa para resiliência contra estiagem Pesquisadores do Chile estão estudando uma planta que floresce no deserto mais seco do mundo, o Atacama. O objetivo é entender como ela resiste ao clima árido para tentar reproduzir sua resiliência em outras espécies, com a mudança do clima. Conhecida como “pata de guanaco”, a planta floresce apenas após raros eventos de chuva, formando o fenômeno natural conhecido como “deserto florido”. Apesar das condições extremas, ela consegue crescer sob forte radiação solar, altas temperaturas durante o dia e frio intenso à noite. Os cientistas da Universidade Andrés Bello estão realizando experimentos de sequenciamento genético para descobrir quais características permitem que a planta economize água e se adapte às variações ambientais do Atacama, uma das regiões mais inóspitas do planeta. 📱Baixe o app do g1 para ver notícias em tempo real e de graça Os pesquisadores descobriram que, sob estresse por seca, luz intensa ou salinidade, a pata de guanaco muda o modo de fazer fotossíntese -- onde está o segredo da sua resistência. ➡️ Nessa circunstância árida, ela ativa um processo chamado fotossíntese CAM (metabolismo ácido das crassuláceas), que reduz a perda de água ao abrir os poros das folhas apenas à noite. ➡️ Quando o clima melhora, a planta retorna à fotossíntese C3, o tipo mais comum nas espécies vegetais. Com esse conhecimento, eles esperam que seja possível transferir parte dessa tolerância para outras espécies, entre elas plantas de interesse agrícola, tornando-as mais resistentes à seca. Atualmente, o Chile enfrenta uma das piores crises hídricas do mundo. Segundo o World Resources Institute, o país está entre os que têm maior escassez de água. Estudos apontam risco de secas extremas até 2050 no vale central chileno — área responsável por grande parte da produção e exportação de vinho, frutas e gado. Por isso, esse tipo de análise é importante. Dá para salvar os recifes de coral do branqueamento? Quais soluções estão em teste?