Com puxada na taxa Selic pelo Banco Central, juro bancário médio atinge maior patamar em oito anos
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,8 ponto percentual em outubro deste ano – e fechou o mês e...
A taxa média de juros cobrada pelos bancos em operações com pessoas físicas e empresas subiu 0,8 ponto percentual em outubro deste ano – e fechou o mês em 46,3% ao ano. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (26) pelo Banco Central. Esse é o maior patamar desde julho de 2017, quando estava em 46,5% ao ano, ou seja, em pouco mais de oito anos. O juro foi calculado com base em recursos livres – ou seja, não inclui os setores habitacional, rural e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O aumento do juro bancário acontece em meio ao alto nível da taxa básica da economia, a Selic, fixada pelo Banco Central para tentar conter a inflação. Em novembro, a taxa foi mantida em 15% ao ano, o maior patamar em quase 20 anos. ➡️De acordo com o BC, a taxa média de juros cobrada nas operações com empresas subiu de 24,2% ao ano, em setembro, para 25,2% ao ano em outubro. É o maior nível desde julho de 2017 (25,4% ao ano). ➡️Já nas operações com pessoas físicas, os juros subiram de 58,3% ao ano, em setembro, para 58,7% ao ano em outubro. Esse é o maior patamar desde junho deste ano (59% ao ano). Cheque especial e cartão de crédito 🔎No cheque especial das pessoas físicas, a taxa caiu de 140,7% ao ano, em setembro, para 139,3% ao ano em outubro. O recuo foi de 1,4 ponto percentual. 🔎Já a taxa média de juros cobrada pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo, por sua vez, recuou de 443,7% ao ano, em setembro, para 439,8% ao ano em outubro deste ano. A queda foi de 3,9 pontos percentuais. Apesar da queda no juro do cartão de crédito rotativo em janeiro, a taxa permanece em patamar proibitivo. Acima de 400% ao ano, essa é a linha de crédito mais cara do mercado financeiro. O aumento aconteceu apesar de o Conselho Monetário Nacional (CMN) ter limitado, desde janeiro de 2024, o valor total da dívida dos clientes no cartão de crédito rotativo. O valor do débito não pode mais exceder 100% da dívida original. Se a dívida for de R$ 100, por exemplo, a dívida total, com a cobrança de juros e encargos, não poderá exceder R$ 200. O custo do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF), entretanto, está fora desse cálculo. Isso vale somente para débitos contraídos a partir de janeiro. O crédito rotativo do cartão de crédito é acionado por quem não pode pagar o valor total da fatura na data do vencimento. Segundo analistas, essa linha de crédito deve ser evitada. A recomendação é que os clientes bancários paguem todo o valor da fatura mensalmente. Crédito bancário O volume total do crédito bancário em mercado, segundo o Banco Central, subiu 0,9% em outubro, para R$ 6,9 trilhões. Houve aumento de 0,3% no crédito às pessoas jurídicas, para R$ 2,6 trilhões de saldo total, e de 1,3% no crédito às pessoas físicas, para R$ 4,3 trilhões. Segundo a instituição, o crédito livre às famílias cresceu 1,6% no mês de janeiro, e 12,8% em doze meses, com destaque para: cartão de crédito total (+2,2%); crédito pessoal não consignado (+2,1%); crédito consignado para trabalhadores do setor privado (+9,6%); financiamento para aquisição de veículos (+1,4%).