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Câmeras corporais transformam a atuação da PM em Porto Alegre

Câmaras corporais mudam a rotina dos agentes da Polícia Militar em Porto Alegre Em Porto Alegre, o uso de câmeras corporais mudou os números registrados pel...

Câmeras corporais transformam a atuação da PM em Porto Alegre
Câmeras corporais transformam a atuação da PM em Porto Alegre (Foto: Reprodução)

Câmaras corporais mudam a rotina dos agentes da Polícia Militar em Porto Alegre Em Porto Alegre, o uso de câmeras corporais mudou os números registrados pela Polícia Militar no último ano. Um homem com faca tenta assaltar pedestres. Quando a polícia chega, ele se esconde dentro de um container. "O meu, tu tem trinta segundos pra sair de dentro dessa lixeira, bota mao na cabeça, bota mão na cabeça", dizem os policiais. Ele tenta fugir. "Perdeu perdeu, deita, deita", fala o policial. Os policiais usam armamento não letal para conter o suspeito. "Deita, deita, deita. Vira de costas pra mim, bota a mão pra trás", diz. Em outro vídeo, os policiais perseguem um carro em fuga. O motorista acaba preso. "Cade o resto dos ferro, cade o resto dos ferro, cade a pistola?", questiona um policial. Os agentes encontram uma pistola e uma submetralhadora artesanal no carro. A PM gaúcha usa mil câmeras corporais em ações como essa. Por enquanto, o monitoramento está restrito a Porto Alegre (RS). Um ano após a implantação, os registros ajudaram a reduzir em quase 60% as mortes em confrontos com os brigadianos, como são chamados os policiais militares no Rio Grande do Sul. "Nas ruas, ele vai saber que tem ali uma câmera registrando a atuação dele e que aquilo vai servir para depois também condenar. Caso alguém não aja dentro da lei, cometa algum tipo de abuso, isso vai ficar registrado, é então uma garantia ao cidadão, mas também é uma prova para o policial que aja adequadamente se proteger de uma eventual denúncia falsa que seja feita com relação à conduta dele", revela Sandro Caron, secretário estadual de Segurança Pública do Rio Grande do Sul. O relatório da Polícia Militar gaúcha aponta queda significativa nos conflitos entre policiais e moradores (reduziram em 74%). A resistência às abordagens teve a maior redução (queda de 87%), as estatísticas de desacato (queda de 70%) e desobediência (retração de 65%) também caíram. Além de gravar, as câmeras utilizadas em Porto Alegre (RS) têm tecnologia para transmissão ao vivo. As imagens podem ser acessadas em uma central de monitoramento, onde os policiais podem acompanhar as ocorrências em tempo real. O professor Marcos Rolim, especialista em segurança pública, analisou o uso de câmeras por polícias de outros países. Segundo ele, a tecnologia reduz a violência e melhora a confiança da população. "Em grande parte do mundo, as polícias têm um mecanismo de controle externo muito forte. E no Brasil, infelizmente, o nosso controle externo é muito deficiente. Então, aqui, as câmeras acabam cumprindo um papel de regulação da atividade policial, isso é muito importante", revela o professor. "O bom policial adora a câmera, porque ela protege esse bom policial e faz com que seu trabalho seja mais eficiente", complementa.