Acidente com 17 mortos em PE: laudo preliminar aponta excesso de velocidade e falta de cintos de segurança
Ônibus ficou destruído após acidente que deixou 17 mortos na BR-423 Dezessete pessoas morreram após um ônibus de viagem tombar no dia 17 de outubro, na Ser...
Ônibus ficou destruído após acidente que deixou 17 mortos na BR-423 Dezessete pessoas morreram após um ônibus de viagem tombar no dia 17 de outubro, na Serra dos Ventos, entre Paranatama e Saloá, no Agreste de Pernambuco. Um laudo preliminar apontou que excesso de velocidade e falta de cintos de segurança podem ter contribuído para o acidente. O documento, ao qual o g1 teve acesso, foi produzido pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e não representa a conclusão das investigações. Trata-se apenas de laudo pericial de sinistro de trânsito, que descreve a dinâmica de uma colisão e analisa as condições dos veículos. ✅ Receba no WhatsApp as notícias do g1 PE Segundo o laudo, o veículo trafegava a 90 quilômetros por hora, num trecho em que a velocidade máxima regulamentar é de 50 quilômetros por hora. O ônibus havia sido fretado por uma empresa de Brumado (BA) e transportava passageiros que foram fazer compras num centro atacadista em Santa Cruz do Capibaribe, também no Agreste pernambucano. O veículo já estava seguindo de volta para a Bahia, na BR-423, quando o acidente aconteceu por volta das 19h40. O trecho é sinuoso e tem pouca iluminação. Segundo a Secretaria de Defesa Social (SDS), havia pelo menos 40 pessoas no veículo, número maior que o declarado no termo de fretamento. As autoridades acreditam que algumas pessoas tenham pego carona durante o trajeto. Ônibus envolvido em acidente em que deixou mortos na BR-423, entre Paranatama e Saloá Reprodução/WhatsApp No laudo preliminar, os peritos da PRF verificaram o seguinte: ➡️ Os ocupantes do veículo não usavam cinto de segurança, equipamento de utilização obrigatória, e isso contribuiu para a gravidade dos ferimentos; ➡️ Os cintos de segurança não estavam visíveis ou acessíveis aos passageiros, e a falta de uso pode ter a ver com a não visualização pelas vítimas; ➡️ Não foram identificados indícios de falhas no sistema de freios, ausência de manutenção do veículo, sinalização comprometida, má conservação do pavimento ou condições meteorológicas adversas que podem ter causado o acidente; ➡️ O motorista perdeu o controle da direção. Isso pode ter sido agravado porque o ônibus estava a 90 km/h, velocidade considerada incompatível com os parâmetros de segurança para o trecho — caracterizado por declive prolongado, pista simples, curva acentuada e ausência de área de escape; ➡️ O motorista provavelmente não reduziu a velocidade, como prevê a lei, em declives acentuados e curvas perigosas; ➡️ Existe uma sinalização horizontal próximo ao ponto de colisão de 50 km/h, mas o numeral cinco estava "em mau estado". ➡️ Não existia nenhuma sinalização vertical antes do local de colisão determinando a velocidade permitida naquele trecho, mas havia sinalização informando a extensão do declive, a obrigatoriedade da utilização do freio a motor e obrigatoriedade de verificar os freios. LEIA TAMBÉM: Veja o que se sabe sobre o acidente Ônibus entrou na contramão, atingiu rochas e barranco antes de tombar Acidente deixou 17 mortos e 17 feridos O acidente De acordo com informações da PRF, o ônibus entrou na contramão e bateu em rochas que estavam às margens da rodovia. Em seguida, o motorista condutor conseguiu retornar ao sentido correto, mas colidiu num barranco de areia antes de tombar. Cinco passageiros foram arremessados do veículo antes mesmo do tombamento. Dois motoristas se revezavam no volante. Ambos sobreviveram. Um deles, o auxiliar, disse que estava dormindo no momento do acidente e acordou com o impacto. "Agradecer a Deus pela segunda vida", afirmou. Mapa do acidente com ônibus em Pernambuco Dhara Pereira/g1 VÍDEOS: mais vistos de Pernambuco nos últimos 7 dias